Um assunto que vem recebendo muita atenção nos últimos anos, tanto no Brasil quanto no exterior, é a questão da Desigualdade Econômica. Ou seja, o fato que uma pequena parcela das pessoas detêm a maior parte da riqueza mundial.
Embora esse já fosse um tema relativamente frequente no Brasil, onde sempre apresentou um caráter mais endêmico, ele se tornou ainda mais predominante pela importância que passou a assumir nos debates internacionais a partir de 2008 com a ascensão Movimento Occupy e da discussão da divisão do mundo entre os 1% mais ricos e privilegiados e os 99% restantes.
E o que a Economia pode ajudar no debate sobre as causas da desigualdade? Olha, sinceramente pouca coisa. Esse debate sempre teve um foco muito maior dentro da Sociologia do que na Economia, que historicamente sempre o tratou muito mais como um efeito colateral de um desequilíbrio momentâneo na relação entre capital e trabalho no processo produtivo. Desequilíbrio esse que seria contornável no longo prazo como resultado do desenvolvimento econômico dos países.
O que existia, portanto, até então era uma crença implícita que tanto a pobreza quanto a desigualdade estariam muito mais relacionados ao grau de desenvolvimento econômico de cada país e que esses problemas seriam resolvidos à medida que os países mais pobres fossem alcançando o mesmo nível dos países mais desenvolvidos.
Esse ponto de vista começou a mudar de maneira mais drástica com a Crise Econômica Financeira de 2008, que jogou boa parte da classe média tanto da Europa quantos dos Estados Unidos na linha da pobreza. Isso certamente soou um alarme no mundo acadêmico, levando autores como Robert Shiller, vencedor do prêmio Nobel em Economia em 2013, a declarar que a desigualdade crescente em todo o mundo era o problema mais importante a ser solucionado.
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